A aviação civil europeia passou por uma ampla transformação nas últimas décadas. Muitas companhias antes estatais foram privatizadas ou tiveram o controle transferido para acionistas privados. No entanto, a presença do Estado ainda é visível em algumas das maiores empresas do continente. Mas afinal, qual é a real participação do capital estatal nas companhias aéreas europeias em 2024?
Neste artigo, vamos analisar os principais grupos aéreos da Europa e mostrar quais governos ainda possuem influência acionária nas operações aéreas.
Participação estatal na aviação europeia: um panorama atualizado
1. Air France-KLM
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Participação do governo francês: cerca de 28%
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Participação do governo holandês: aproximadamente 10%
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Durante a pandemia, o Estado francês ampliou sua participação para socorrer a empresa. Apesar da intenção de reduzir sua fatia, a presença estatal ainda é significativa.
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Influência: o governo francês é o maior acionista individual do grupo, com forte peso nas decisões estratégicas.
2. ITA Airways (Itália)
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Criada para substituir a Alitalia, a ITA nasceu estatal.
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Em 2023, a Lufthansa adquiriu 41% da empresa.
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Participação estatal atual: cerca de 59%
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A privatização completa está prevista para ocorrer nos próximos anos.
3. TAP Air Portugal
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Após dificuldades financeiras acentuadas pela pandemia, a TAP foi reestatizada em 2020.
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Participação estatal atual: 100%
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O governo português já iniciou o processo de privatização, com interesse de grupos como Lufthansa, IAG e Air France-KLM.
4. SAS – Scandinavian Airlines
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Originalmente compartilhada entre Suécia, Dinamarca e Noruega.
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Noruega vendeu toda sua participação.
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Suécia e Dinamarca mantêm participação reduzida, inferior a 20% cada.
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A empresa está passando por uma reestruturação financeira, com aquisição parcial por um consórcio liderado pela Air France-KLM.
5. Lufthansa Group
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Maior grupo aéreo da Europa.
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Durante a pandemia, o governo alemão comprou 20% da empresa como parte de um plano de resgate.
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Hoje, a participação estatal é zero. O governo vendeu sua última fatia em 2023.
6. IAG – International Airlines Group
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Holding que controla British Airways, Iberia, Vueling e Aer Lingus.
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Capital 100% privado, com ações negociadas em bolsas de valores.
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Não há participação estatal direta nos países de origem (Reino Unido e Espanha).
7. Companhias low cost (Ryanair, EasyJet, Wizz Air)
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Empresas com capital totalmente privado.
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Não há participação de governos na estrutura acionária.
O que explica a permanência do Estado em algumas companhias aéreas?
Mesmo com a tendência de privatização, alguns governos europeus ainda mantêm participação acionária em suas companhias aéreas por razões estratégicas:
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Soberania aérea: garantir conectividade nacional e internacional.
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Empregos e economia: proteger empregos diretos e indiretos gerados pelo setor.
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Segurança e logística: manter operações em regiões críticas ou pouco rentáveis.
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Crises sistêmicas: como foi o caso da pandemia de COVID-19, em que a intervenção estatal foi vital para evitar colapsos no setor.
Conclusão
Embora a maior parte das companhias aéreas europeias sejam privadas ou de capital aberto, o capital estatal ainda está presente em algumas empresas estratégicas, como Air France-KLM, ITA Airways, TAP e, em menor grau, SAS. A tendência, no entanto, é de redução gradual dessa participação, com os Estados vendendo ações para grupos privados ou investidores internacionais.
Para quem acompanha o setor aéreo ou atua em logística e transporte, entender a composição acionária dessas empresas é essencial, pois ela influencia decisões de investimento, rotas, parcerias e estratégias de crescimento sustentável.
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