sexta-feira, 22 de junho de 2012

Força Aérea aciona 'pastores' para proteger as delegações

O Estado de S. Paulo – 22/06/12

Esquadrão de elite atua nos aeroportos com discrição e armas pesadas
ROBERTO GODOY - O Estado de S.Paulo
A Força Aérea tem 'pastores', militares de elite, os homens do Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento (EAS), o que abrange
outros tipos de açã0 - antiterrorismo, por exemplo.
Discretos, sem nome ou face, eles estão na Rio+20 protegendo o desembarque das delegações estrangeiras - 99 delas até o
anoitecer de terça-feira, o dia de maior movimento.Até ontem, eram esperados na Base do Galeão outros vinte chefes de Estado. Nenhum deles viu os atiradores de elite do EAS
postados na sombra do teto dos edifícios e no alto das torres, observando as áreas de risco por meio das lentes de
aproximação do fuzil de precisão HK/Msg-90. Com alcance eficiente na faixa de 800 a 900 metros e calibre 7,62 mm, essa
arma de US$ 12 mil surgiu em 1972, em reação ao atentado terrorista contra a delegação israelense nas Olimpíadas de
Munique. Era preciso desenvolver um fuzil leve, de fácil manuseio. O Msg-90 pesa 7,2 quilos e precisa de apenas 15 segundos
para entrar em ação.
O grupo trocou o Rio por Campo Grande em 2011. A partir do complexo militar que o Ministério da Defesa, tem instalando em
Mato Grosso do Sul, o EAS pode chegar em pouco tempo a qualquer ponto do País ou da fronteira. Os integrantes do
esquadrão, incluindo os oficiais, são todos voluntários. O número de inscritos não é divulgado pela Aeronáutica. Entretanto, a
seleção é severa: apenas 20% dos candidatos - em um ano bom, 30% - chegam ao fim do curso de dois anos que dá a
habilitação para cumprir todas missões, de busca e salvamento ao resgate em ambiente de combate, passando pelas ações
puras de "comando". Um cenário: a recuperação de aeronaves tomadas por terroristas.
O processo abrange estratégico, doutrinário, paraquedismo e mergulho, salto livre a baixa altura e certas competências de
conteúdo reservado, como o emprego de recursos psicológicos. Menos sofisticado, é exigido pleno domínio de luta corpo a
corpo e com lâminas diversas. Os times ganham o título de "matilha de pastores", porque os soldados devem ser bem
adestrados, vigilantes e agressivos.
Durante a Rio+20, estão envolvidos diretamente na operação 100 agentes civis e 3.200 militares preparados para fazer cada
desembarque durar 20 minutos. Cumpridas as exigências protocolares, as comitivas, monitoradas pelo esquadrão, passam ao
controle do pessoal do Exército, Fuzileiros e das polícias Federal e Civil.
Divididos em escoltas formadas por 52 frotas de carros, vans e motocicletas, acompanhadas por helicópteros artilhados, esses
agentes cobrem os 37 km que separam o aeroporto do setor hoteleiro em no máximo 35 minutos. Tem funcionado.
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Revista

Um comentário:

Anônimo disse...

Que ótima idéia...
Talvez, depois de passada a Rio + 20, a Froça Aérea mantenha seus "Pastores" na rua...
Pra proteger a sociedade...
Que tal????