A possibilidade de liberação da cabotagem no Brasil, defendida por membros do governo federal atual, tem sido tratada de forma política, apressada e sem o respaldo de uma análise técnica rigorosa por um ministério capacitado. A ausência de um corpo técnico atuante, com conhecimento profundo do setor aéreo, revela um grave despreparo diante de uma proposta que pode comprometer anos de desenvolvimento da aviação nacional.
Essa condução improvisada coloca em risco a saúde financeira das companhias brasileiras, a formação de profissionais técnicos, e a geração de empregos de alta qualificação. Além disso, ameaça diretamente a soberania nacional sobre um setor estratégico, como é o transporte aéreo — responsável por conectar o Brasil continental e sustentar a integração econômica e social do país.
Permitir a entrada irrestrita de empresas estrangeiras, sem exigir contratação de mão de obra nacional, operação com base no Brasil e recolhimento de tributos aqui, é mais que uma imprudência: é uma decisão que favorece o capital externo e fragiliza a aviação brasileira.
🧭 Alternativas e Possibilidades
Alguns países permitem a cabotagem sob condições específicas, como exigência de contratação local, registro da frota no país de operação e base de manutenção nacional. A União Europeia, por exemplo, permite cabotagem entre países-membros, pois existe um bloco regulatório e fiscal comum.
No Brasil, é possível discutir modelos híbridos que incentivem a entrada de novas empresas, sem prejudicar a aviação nacional, como:
Acordos de reciprocidade
Regras de contratação mínima de profissionais brasileiros
Tributação justa e regulada
📍 Conclusão: Cabotagem no Brasil Exige Cautela
A cabotagem aérea pode parecer uma solução rápida para baratear passagens e ampliar a oferta de voos, mas sua liberação irrestrita traz riscos sérios à indústria nacional, ao emprego e à autonomia do país sobre sua malha aérea.
🧭 É fundamental que o debate sobre cabotagem seja técnico, transparente e focado no interesse do Brasil, equilibrando competição com proteção estratégica.
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