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sexta-feira, 9 de maio de 2025

Zonas de Sombra Radar: O que Mudou no Espaço Aéreo Brasileiro após o Acidente do Voo Gol 1907

 


O acidente do voo Gol 1907, ocorrido em 29 de setembro de 2006, foi um marco na história da aviação brasileira e evidenciou falhas graves no sistema de vigilância aérea, especialmente em regiões com zonas de sombra radar. Neste artigo, você vai entender o que são essas zonas, como elas impactam a segurança de voo e o que mudou desde a tragédia.

O que são Zonas de Sombra Radar?

As zonas de sombra radar são áreas do espaço aéreo onde os radares de solo não conseguem captar com precisão os sinais das aeronaves, dificultando seu monitoramento. Isso ocorre por diversos fatores:

  • Relevo montanhoso ou denso, como na região amazônica;

  • Distância entre estações radar;

  • Curvatura da Terra;

  • Altitudes elevadas ou voos em áreas remotas.

Essas falhas de cobertura comprometem a segurança operacional, já que os controladores de tráfego aéreo podem perder momentaneamente o contato com as aeronaves, como ocorreu no caso do voo Gol 1907.

Entenda o Acidente do Voo Gol 1907

Em setembro de 2006, um Boeing 737-800 da Gol colidiu no ar com um jato executivo Embraer Legacy 600. O voo comercial caiu na floresta amazônica, vitimando 154 pessoas. Já o jato conseguiu pousar com segurança. A investigação revelou:

  • O transponder do Legacy estava desligado, o que impediu sua detecção por radar secundário;

  • Houve falhas de comunicação entre os pilotos e o controle de tráfego;

  • A aeronave voava em rota contrária ao Boeing em uma zona sem cobertura radar eficaz.

Esse conjunto de fatores expôs a vulnerabilidade do espaço aéreo brasileiro em áreas de sombra radar.

O que o DCEA fez após o acidente?

O DCEA (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) liderou uma série de mudanças estruturais e tecnológicas para evitar novas tragédias:

1. Expansão da Cobertura Radar

  • Instalação de novas estações radar em regiões remotas;

  • Ampliação da rede de radares secundários com maior alcance e precisão;

  • Redução significativa das zonas de sombra.

2. Adoção do Sistema ADS-B

O Brasil passou a utilizar o sistema ADS-B (Automatic Dependent Surveillance – Broadcast), que permite o rastreamento contínuo de aeronaves equipadas, mesmo em áreas sem cobertura radar.

3. Aprimoramento da Comunicação Aérea

  • Ampliação do uso de comunicação via CPDLC e HF digital em áreas remotas;

  • Melhoria da infraestrutura de comunicação entre pilotos e controladores.

4. Revisão de Procedimentos e Treinamento

  • Atualização dos procedimentos de coordenação entre centros de controle;

  • Intensificação do treinamento dos controladores sobre monitoramento em regiões de baixa cobertura.

5. Fortalecimento da Cultura de Segurança

Após o acidente, houve uma mudança de postura em relação à cultura de segurança operacional, com maior ênfase na vigilância situacional e na comunicação proativa.

Conclusão: lições aprendidas e evolução

O acidente do voo Gol 1907 foi um alerta sobre os riscos ocultos em áreas com falhas de vigilância radar. Desde então, o Brasil tem avançado significativamente na modernização de seu espaço aéreo, garantindo maior cobertura, comunicação mais eficiente e mais segurança para todos os voos.

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