Na noite de 11 de fevereiro de 2025, um Boeing 737 MAX 8 da GOL Linhas Aéreas, que operava o voo G3 1674 com destino a Fortaleza, colidiu com um veículo de manutenção na pista de decolagem do Aeroporto Internacional do Galeão (SBGL), no Rio de Janeiro. O caso chamou atenção nacional e internacional e levanta sérias questões sobre os protocolos de segurança operacional em aeroportos brasileiros.
Acidente com avião da GOL no Galeão: o que aconteceu?
Durante a corrida de decolagem, o piloto avistou um veículo de solo na pista. Em uma reação rápida, a tripulação abortou a decolagem e conseguiu parar a aeronave com segurança. A colisão causou danos significativos ao motor esquerdo e à parte inferior da fuselagem da aeronave, além da destruição completa do veículo terrestre envolvido.
Felizmente, não houve feridos entre os 150 passageiros e tripulantes a bordo. O desembarque ocorreu diretamente na pista, e os passageiros foram realocados em voos alternativos ou hospedados pela companhia.
Acidente ou incidente? O que diz a legislação aeronáutica?
De acordo com o Anexo 13 da ICAO e com a definição da ANAC no RBAC 915, a ocorrência é classificada como acidente aeronáutico, pois houve:
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Dano estrutural à aeronave;
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Risco real à segurança operacional;
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Necessidade de investigação formal.
Esse tipo de evento exige apuração detalhada e publicação de relatório final com recomendações de segurança para evitar novas ocorrências.
Como isso é possível em pleno 2025?
Essa é a pergunta que não quer calar. Com tantos avanços em segurança operacional, monitoramento remoto e automação de tráfego em solo, é inaceitável que uma viatura de manutenção acesse uma pista ativa sem controle.
O que pode ter falhado:
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Falha na comunicação entre torre de controle e equipe de solo;
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Acesso indevido sem autorização ou erro humano;
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Falta de barreiras físicas e alarmes automáticos de incursão;
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Falha no uso de radar de superfície (SMR) ou sistema ADS-B.
Impactos na imagem e confiança da aviação brasileira
Esse acidente ocorre em um dos principais hubs do país e expõe a fragilidade da gestão de pista mesmo sob concessão privada. Eventos como esse:
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Abalam a confiança do público na segurança aérea;
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Prejudicam a imagem da aviação nacional em mercados internacionais;
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Colocam em dúvida a eficácia da fiscalização e cultura de segurança.
Investigação e próximos passos
O caso está sob análise do CENIPA (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos). A GOL, por sua vez, afirmou colaborar com as autoridades. Espera-se que o relatório final traga não apenas a causa da falha, mas também recomendações sérias e urgentes para o aprimoramento da segurança nos aeroportos brasileiros.
📌 Conclusão: lições que não podemos ignorar
O Brasil já enfrentou duras lições com acidentes como o da GOL 1907 em 2006. Passados quase 20 anos, episódios como esse no Galeão mostram que a cultura de segurança ainda precisa evoluir, especialmente na gestão de solo e nas operações em aeroportos.
O que aconteceu no Galeão não pode ser tratado como “falha pontual”. É um alerta grave para todo o sistema aeronáutico nacional.
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