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sábado, 21 de junho de 2025

Acidente do Boeing 787 da Air India: como a localização do aeroporto influenciou a tragédia em Ahmedabad

 


O trágico acidente envolvendo um Boeing 787 da Air India, em junho de 2025, acendeu um alerta crítico sobre a localização de aeroportos em áreas urbanas densamente povoadas. O voo AI-171 decolou do Aeroporto Internacional Sardar Vallabhbhai Patel, em Ahmedabad, e caiu poucos segundos após a decolagem, colidindo com prédios residenciais a menos de 2 km da pista.

A localização do aeroporto de Ahmedabad: risco urbano iminente

Diferente de terminais afastados como Guarulhos ou Brasília, o aeroporto de Ahmedabad está inserido no meio do centro urbano, rodeado por bairros como Meghani Nagar, onde vivem milhares de pessoas e funcionam universidades e hospitais.

Distância crítica da pista para áreas habitadas

A aeronave caiu a cerca de 1,5 km do final da pista 23, em uma região com edifícios residenciais e alojamentos estudantis. O pouco tempo de voo e a proximidade com construções indicam ausência de zonas de segurança adequadas, como áreas de escape (RESA) e corredores livres na subida inicial.

O impacto da ocupação urbana em acidentes aéreos

Esse não foi um caso isolado. Aeroportos localizados em áreas centrais, como Congonhas (SP), LaGuardia (NY) e agora Ahmedabad, sofrem com restrições físicas para áreas de segurança, aumentando as consequências em caso de falhas durante pousos ou decolagens.

Ausência de RESA e zonas de proteção

As Runway End Safety Areas (RESA) são obrigatórias segundo normas da ICAO e devem ter pelo menos 240 metros após a cabeceira da pista. Em Ahmedabad, como ocorre em muitos aeroportos antigos, não havia espaço livre suficiente para instalar essa zona. Isso comprometeu drasticamente as chances de sobrevivência ao colidir com o alojamento da B.J. Medical College.

Urbanização descontrolada e falhas no planejamento

A tragédia do 787 da Air India escancara um problema de planejamento urbano e aeroportuário. O crescimento desordenado ao redor do aeroporto, sem respeitar os Planos Diretores de Zona de Proteção de Aeródromos (PBZPA), expõe milhares de vidas a risco diário.

Além do mais, prédios altos e adensamento populacional dificultam rotas de escape em emergência, colocam pressão sobre os pilotos e reduzem a eficácia dos procedimentos de contingência.

O que pode ser feito? Soluções para o futuro

  • Revisão dos limites de construção no entorno dos aeroportos urbanos.

  • Implantação de zonas RESA ou EMAS sempre que possível.

  • Descentralização da malha aérea, priorizando terminais regionais e periféricos com melhor infraestrutura.

  • Planejamento urbano integrado com aviação civil, seguindo rigorosamente os critérios da ICAO e da ANAC.

Conclusão: o custo humano de aeroportos mal localizados

O acidente com o 787 da Air India é mais uma triste evidência de que a conveniência da localização não pode superar a segurança operacional. Aeroportos cercados por bairros densamente ocupados são bombas-relógio que cobram seu preço quando há falhas técnicas, humanas ou climáticas.

Ahmedabad agora se junta à lista de tragédias anunciadas. O momento é de repensar a infraestrutura aeroportuária das grandes cidades — antes que novos acidentes aconteçam.

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